Valorize sua Vida: Plantas Contra Incêndio e Pânico

03/07/2020 por David Monnerat, Ester Schauttz e Pedro Faial

No dia 2 de setembro de 2018 ocorreu a maior tragédia museológica do Brasil. O incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruiu cerca de 90% de seu acervo. Isso causou um prejuízo incalculável para a história da humanidade.

Dia 15 de Abril de 2019, a história se repete. Isso porque a catedral de Notre-Dame, construída no século XII na cidade de Paris, tem sua cobertura tomada por um grande incêndio, danificando partes significativas da construção histórica. Dessa forma, acidentes como esses evidenciam as graves consequências causadas por incêndios, e atestam a importância de se prevenir tais cenários e investir em sistemas de proteção.

O que é um incêndio?

Um incêndio, além dos elementos tais como combustível, calor e comburente, também apresenta um quarto fator que o distingue de uma chama comum, que é a reação em cadeia descontrolada. Pode ser caracterizado por quatro fases distintas: a fase inicial, que compreende o período entre a ignição e o alastramento das chamas; fase crescente, em que a área atingida e a temperatura crescem rapidamente; fase totalmente desenvolvida, em que há inflamação generalizada e a temperatura atinge seu máximo; e a extinção, em que o material combustível começa a ser completamente consumido e a intensidade das
chamas gradualmente diminui.

Além disso, o fogo é classificado por seu tipo de carga, ou seja, de acordo com o
material combustível, segundo a NBR 12693:

– Classe A: materiais combustíveis sólidos (madeira, lixo, etc.);
– Classe B: líquidos ou gases inflamáveis, óleos, graxas, vernizes;
– Classe C: equipamentos elétricos energizados;
– Classe D: fogo em metais combustíveis e ligas (magnésio, potássio, etc.).

Proteja-se!

Algumas das medidas empregadas para salvaguardar edificações e seus ocupantes são:

– Extintores

Assim como há variações na natureza do fogo, há também diversos tipos de extintores para combatê-los. Alguns deles são: água, pó químico, carga líquida, espuma mecânica. O uso desses agentes extintores adequados garantem maior segurança no controle do fogo, de modo que a mudança de uso de uma construção pode requerer revisão do projeto contra incêndio. Por exemplo, uma loja de eletrônicos que posteriormente vire uma livraria, poderia passar de uma carga majoritariamente de categoria C para categoria A.

– Hidrantes

Há casos em que o fogo não é controlado em suas fases iniciais e acaba saindo de controle. Neles, o sistema de hidrantes permite acesso à água em alta pressão em pontos estratégicos, para o acoplamento de mangueiras. Entretanto, tubulações degradadas podem acarretar em emperramento de válvulas ou perda de carga excessiva. Já isso prejudica o alcance do jato, e consequentemente, a capacidade de combater o incêndio.

– Rotas de fuga

Representam os trajetos de escape que facilitem ao máximo a evacuação segura de um edifício em chamas, com larguras adequadas de corredores, escadas e portas, bem como sinalização efetiva das saídas. Em contrapartida, rotas de fuga mal planejadas agravam a intensidade da situação durante um incêndio, dificultam o resgate, amplificam o efeito do pânico e podem levar a resultados trágicos, como o da boate Kiss, em 2013, onde pessoas acabaram indo em direção à portas trancadas.

Você está seguro? Dadas as diversas variáveis envolvidas em caso de fogo, percebe-se a importância de um projeto adequado para combate a incêndio e pânico, adequado às normas vigentes, para minimizar perdas materiais e, principalmente, de vidas humanas.