Tomada de decisão: qual caminho seguir?

09/05/2018 por Caio Rodrigues

Quando estamos aprendendo a dirigir, é natural que pensemos em qual marcha passar, qual pedal pisar e qual retrovisor olhar, certo? Ocasionalmente compramos o ingresso para algum evento e no final bate aquela vontade de ficar em casa, porém vamos pelo dinheiro que já foi gasto. E quando temos uma boa proposta de investimento, mas temos medo de aceitá-la pela chance de perder a quantia envolvida? Essas são questões que acontecem muitas vezes em nossos dias. Ao longo deste artigo, elas serão abordadas, e entenderemos um pouco melhor sobre nossas escolhas, e assim, fazer a melhor escolha dentre as opções.

Os sistemas do nosso cérebro

Vamos começar analisando nosso cérebro. Ele é dividido em sistema 1 e sistema 2. O primeiro é o sistema rápido, dirigido por emoções e sem muitas associações. Por exemplo: quando estamos sendo alfabetizados, pensamos quando vamos fazer uma conta simples, como 2+3. Hoje, para fazer esta conta, não precisamos fazer esforço cerebral, temos a resposta naturalmente. O mesmo serve para a direção. Após muito tempo dirigindo, não pensamos mais em qual marcha passar, qual retrovisor olhar.

Já o sistema 2 é lento, sequencial, e utiliza cálculos conscientes para tomar decisão. Por exemplo: quando estamos aprendendo algum conteúdo novo e vamos fazer um exercício sobre, olhamos a matéria, refletimos sobre o assunto, e assim tomamos a decisão. É importante sabermos usar ambos os sistemas, para que nossas decisões sejam corretas.

Explorando mais o Sistema 2

A partir de então, podemos discutir sobre a exploração do uso do nosso cérebro. Utilizando o exemplo citado anterior, sobre quando compramos o ingresso para algum evento e na hora não queremos comparecer. Podemos aplicar o conceito de “custo afundado” para isso, que é: você já gastou o dinheiro e não quer “perdê-lo”. Então é interessante levantar o questionamento: será mesmo que devemos comparecer? Nessas horas devemos usar o sistema 2, pensar racionalmente para tomar a decisão correta. Será mesmo que eu vou me divertir mesmo estando no lugar contra a vontade? Será que não vale mais a pena fazer aquilo que queremos e ficarmos bem com nós mesmos? Esta análise é importante pois o dinheiro já foi gasto. Independente se você irá comparecer ao evento não, já houve o desembolso. Nessas horas, o indivíduo deve fazer a escolha que o direcione a sua felicidade.

Olhando agora, para uma perspectiva financeira. Ao chegar uma pessoa e perguntar para você: Você prefere ter 5% de chance de ganhar R$ 10.000, ou ganhar com certeza R$ 400,00 reais? Se utilizarmos o sistema 1, e tomar uma decisão rápida, escolhemos ganhar com certeza os 400 reais, certo? Porém, se utilizarmos o sistema 2 e fazer uma análise mais profunda, vemos que vale muito mais a pena escolhermos a primeira proposta, pois o valor esperado por esta oportunidade é de 500 reais( 0,05*10.000), 100 reais a mais do que os 400. É muito natural, escolhermos a segunda opção, pois preferimos ganhar os 400, do que correr o risco de perdê-lo, escolhendo a primeira proposta. Isto, é o senso de perda. Nós seres humanos, temos uma grande aversão à perda, onde preferimos ganhar com certeza, do que correr o risco da perda.

Como Donald Trump conseguiu votos?

Aplicando um pouquinho o tema à liderança, vamos falar sobre Donald Trump. Mesmo sendo uma pessoa não muito querida pelos americanos, ele utilizou uma excelente tática para conseguir votos. Utilizando o senso de causa, ele atraiu eleitores. Em seus discursos, é possível perceber que ele cita corriqueiramente a China. Trump, trata a mesma como uma ameaça à economia americana, e diz como o seu governo irá combatê-la. Tal fato comove a população para votar nele, afinal os americanos não querem ser inferiores aos chineses. Isto é chamado senso de causa. Um líder precisa de uma boa causa para conseguir atingir o nicho desejado.

Diante ao apresentado, é possível perceber que existem diferentes maneiras de tomar uma decisão, podendo usar o sistema 1 ou 2. Cabe ao indivíduo saber qual escolher, de modo a ter o melhor retorno e o mais importante: sua felicidade sempre como prioridade.