07/09/2016 por Guilherme Baldanzi
“Farinha pouca meu pirão primeiro”. Muito provavelmente você já ouviu essa frase popular diversas vezes, não?! Então, temos uma cultura de que devemos botar nossos problemas na frente dos de nossos colegas. Mas até que ponto essa frase de fato é verdade? Adam Smith, um dos mais importantes economistas da historia, dizia que se cada um de nós agisse egoistamente liderado por seu “self-interest” (próprio interesse), uma mão invisível ajustaria as coisas de modo que o resultado ótimo para todos seria atingido. Como? Cada indivíduo, cedo ou tarde, encontraria uma colocação na qual ele poderia obter seu máximo retorno.
Portanto, parece que devemos agir pensando somente em nós mesmos. Contudo, John Nash, matemático de Princeton, desafiou a teoria de Adam Smith, que era amplamente aceita há mais de duzentos anos, e enunciou que em um jogo com mais de um jogador o melhor resultado para todos não seria atingido se cada um agisse sobre seus próprios interesses.Os melhores resultados são atingidos quando os jogadores discutem e se alinham, adotando uma única estratégia pensada. Pode parecer um tanto obvio, embora na prática não seja assim tão fácil.
Contextualizando com nosso cenário atual político e jurídico veremos a aplicação dessa ideia no dilema dos prisioneiros, o que seria cômico se não fosse trágico.
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Dilema dos Prisioneiros
Explicando o dilema dos prisioneiros: dois suspeitos são presos, contudo a polícia não tem provas suficientes para uma condenação completa. Os prisioneiros têm duas opções: Confessar o crime cometido pelos dois ou não confessar. Através de um acordo de delação premiada quem confessar e entregar o outro será solto ou, na pior das hipóteses, ficará cinco anos na prisão caso seu comparsa também aceite o acordo de delação premiada.
Do ponto de vista de Adam Smith, ou seja, só pensar em si mesmo, é obvio que o prisioneiro deve aceitar o acordo de delação premiada pois será solto. Contudo, se ambos os suspeitos fizerem o mesmo o que ocorre é: 5 anos de cadeia para cada, totalizando uma sentença total de 10 anos. Do ponto de vista de John Nash, ambos devem ficar quietos tendo como resultado uma pena de 6 meses para cada, totalizando uma pena total de 1 ano. Fica claro que, deste ponto de vista, Nash nos prova que o ótimo global de um sistema é atingido através da cooperação e comunicação entre os jogadores.
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Conclusão
A grande questão é: para haver cooperação é necessário confiarmos em nossos pares, o que se mostra cada vez mais difícil. Portanto, devemos construir relações colaborativas, éticas e com caráter ganha-ganha para que possamos atingir os melhores resultados.
*Caso tenha gostado do texto é altamente recomendável assistir ao filme “Uma mente brilhante” que mostra a história de John Nash
