Cadeia de Valor: entenda como tornar seu produto mais forte competitivamente

23/11/2016 por Felipe Nunes

Lembra de quando você foi comprar uma camisa e percebeu duas muito parecidas, mas com valores discrepantes? Já se perguntou o porquê de um produto ter um preço bem mais alto que outro? Talvez a resposta esteja no valor agregado àquele produto, durante os processos da sua devida cadeia de valor.

Mas afinal, o que é uma cadeia de valor?

O conceito foi introduzido por Michael Porter. Segundo ele, (1989, p.31), “a cadeia de valor desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos custos, as fontes existentes e potenciais de diferenciação.”

Assim, podemos compreendê-la como uma sequência de atividades que se inicia com a origem dos recursos e vai até o descarte do produto por você, seu parente ou quem quer que seja o último consumidor dessa cadeia.

Sob o ponto de vista de outra explicação, o conceito de “valor”  provém da relação entre a intensidade das necessidades econômicas do homem e a quantidade de recursos disponíveis para satisfazê-las. De modo resumido, a cadeia de valor é um conjunto interligado de todas as atividades que criam valor.

Ok, mas quais benefícios o entendimento dessa cadeia traz para mim e para o meu negócio?

Em relação ao primeiro caso, ao analisar as atividades estratégicas de uma organização, será possível ver o comportamento dos custos, objetivando a otimização do valor final que o produto representa para o cliente e garantindo vantagem competitiva.

Entendi. Mas deve ser difícil colocar essa técnica em prática, não?

Não exatamente, é muito simples quando a empresa em questão já conhece bem seus processos internos. Isso porque a cadeia de Porter é composta por atividades primárias e atividades de apoio.

As atividades primárias relacionam-se diretamente com criação, venda, manutenção e suporte de um produto ou serviço. Elas dividem-se em:

  • Logística de entrada: todos os processos relacionados com a recepção, controle de estoque e sua distribuição pela produção.
  • Operações: inclui maquinaria, embalagens, montagem, manutenção de equipamento, testes e outras atividades de criação de valor que transformam matérias-primas em produto final.
  • Logística de saída: atividades associadas com a entrega do seu produto ou serviço ao cliente.
  • Marketing e Vendas: São os processos que a empresa utiliza para convencer os clientes a comprarem os seus produtos ou serviços, ou seja, todos que envolvem a comercialização.
  • Serviço: as atividades que mantêm e aumentam o valor dos produtos ou serviços após a compra.

Assim, qualquer uma das atividades primárias pode ser crucial para o desenvolvimento de uma vantagem competitiva. Por exemplo, atividades de logística são críticas para um fornecedor de serviços e o serviço de pós-venda pode ser crucial para uma empresa que oferece contratos de manutenção para equipamentos de escritório.

Dessa forma, as atividades primárias citadas anteriormente, tem como apoio as atividades de:

  • Infraestrutura: processos existentes para manter as operações diárias. Inclui a gestão geral, administrativa, legal, financeira, contabilística, assuntos públicos, de qualidade, etc.
  • Gestão de Recursos Humanos: As atividades associadas ao recrutamento, desenvolvimento (educação), retenção e compensação de colaboradores e gestores. Uma vez que as pessoas são uma fonte de valor significativa, as empresas podem criar grandes vantagens se utilizarem boas práticas de RH.
  • Desenvolvimento Tecnológico: compõem o desenvolvimento tecnológico para apoiar as atividades da cadeia de valor.
  • Aquisição/Compra: todos os processos que a empresa realiza para adquirir os recursos necessários para trabalhar como aquisição de matérias-primas, serviços, edifícios, máquinas, etc.

Dentro da concepção de cadeia de valor, também se insere a ideia de margem, que é a diferença entre o custo de produção e o valor final de um produto ou serviço. Independentemente do fim, uma organização só é rentável ou bem-sucedida se houver uma margem (também conhecida como margem de lucro). Ou seja, que haja dinheiro sobrando após a produção e consequente venda de determinado produto ou serviço, que obrigatoriamente deverá incluir todos os custos e despesas da organização na elaboração de seu preço.

Atualmente, é fácil perceber a preocupação das empresas com sua cadeia de valor. Tendo em vista que essa representação dos processos facilita a visualização do desenvolvimento de um produto ou serviço, torna-se fácil identificar pontos de diferenciação no mercado. É uma maneira de gerenciar seus processos estratégicos sob a perspectiva de melhorar a qualidade do serviço entregue ao seu cliente. Entendendo o ciclo no qual seu projeto está inserido, você agrega valor ao seu produto e o torna mais competitivo.