17/10/2018 por Mario da Costa
A acessibilidade para portadores de necessidades especiais deixou, há muito tempo, de ser apenas uma questão de bom senso. Passou a ser uma obrigação. Pois a deficiência, seja física ou mental, é um fator que abrange uma grande parcela da população. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 10% da população mundial sofre com algum tipo de deficiência. E essa porcentagem tende a aumentar devido ao crescimento populacional.
Há cinco diferentes tipos de deficiência, sendo elas:
- Visual: onde há uma perda significante ou total das vias visuais.
- Auditiva: na qual o portador tem dificuldades para associar sons e pode ser de nível baixo até perda total.
- Mental: que acaba afetando a região cerebral, podendo ter efeitos brandos ou graves.
- Física: onde o portador não possui membros do corpo ou possui com capacidade reduzida.
- Deficiência múltipla: que é caracterizada como a junção de dois ou mais tipos diferenciados de deficiência.
Como foi exposto, os tipos de deficiência são diversos. Podendo afetar negativamente de diferentes formas no cotidiano dos portadores. Fazendo com que se torne necessário o estudo e desenvolvimento de meios que possam auxiliar essas pessoas a viverem suas vidas. Esse estudo pode abranger tanto o meio físico quando o virtual.
No meio físico podemos citar diferentes formas de fazer a diferença na vida dessas pessoas. E algumas dessas são soluções simples. Abaixo podemos notar vertentes de uma construção civil e o quanto a não adequação delas impacta negativamente na vida de quem necessita de algum auxílio.
- Escadas: Para um cadeirante, dependente de muletas ou deficiente visual, a locomoção através de escadas é algo bem complicado. E para esse problema ser contornado, é necessário a inserção de elevadores, tanto de grande quanto de pequeno porte aplicado na própria escada. Para que, além de facilitar a locomoção, em casos de emergência seja mais rápida a evacuação. Além disso, é necessário também inserir corrimões e pisos táteis, que são marcadores em alto relevo inseridos no chão, para que o deficiente visual consiga seguir um trajeto até o seu destino, sabendo seu início e término.
- Rampas de acesso: As rampas de acesso são uma alternativa para as escadas e elevadores, dependendo do tamanho e local. Pois possibilita que a locomoção se torne mais prática para portadores de necessidades especiais. Para sua inserção, é necessário que ele seja composto por pisos táteis, corrimões e patamar de descanso, para que haja a possibilidade de descansar caso a distância seja longa.
- Projeto residencial: Todo projeto deve ser muito bem pensado para que o futuro residente possa utilizar. E essas projeções vão desde aplicação de tomadas e maçanetas em níveis mais baixos, até altura de janelas e tamanho de portas e cômodos.
- Paredes: O ideal é que as paredes internas não tenham função estrutural, que seja, em sua maioria, apenas para vedação. Para que assim elas possam ser removidas caso haja necessidade de realizar modificações no ambiente, como o aumento de portas, escadas e banheiros. Caso essas paredes sejam de função estrutural, elas não podem ser removidas devido a danos que possivelmente causariam à estrutura. Logo, tornariam a adequação inviável, dificultando e até mesmo impossibilitando a vida de quem necessitaria frequentar aquele ambiente.
Além dessas alterações físicas, podemos citar também as virtuais. Principalmente para deficientes visuais, onde, com a adequação certa de sistemas e equipamentos, é possível incluí-los nos meios de comunicação como celulares e computadores.
- Um exemplo de inclusão no meio virtual é o da rede social “Facebook” que conta com um recurso que lê postagens e comentários de imagens e vídeos do feed. Além do mais, utilizando a expressão “ PraCegoVer”, acompanhada de uma “hashtag” e a descrição da imagem na legenda de alguma foto, o sistema reconhece que a intenção é auxiliar na inclusão de deficientes visuais e lê a descrição da imagem.
Além dos exemplos citados, existem diversos outros também que podem ajudar a tornar a vida de todos cada vez mais fácil. Tanto no ambiente virtual quanto no físico. E até pequenas atitudes humanas! Como ajudar um cadeirante a subir uma rampa ou auxiliar um deficiente visual a atravessar a rua, são fundamentais para o bom funcionamento de uma sociedade cada vez mais saudável, respeitosa e igualitária.
