Entendendo a importância do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

13/09/2017 por Angelo Maia

Os raios, durante muito tempo, foram vistos pelo homem como manifestações divinas de fúria. A incidência de raios em zonas habitadas, plantações e pastos era tida como castigo dos deuses. As pessoas tinham apenas duas alternativas em relação a isso. Elas podiam simplesmente aceitar o destino, ou acalmar suas divindades através de rituais religiosos.

Hoje, sabemos que os raios são nada mais que descargas elétricas que ocorrem na atmosfera partindo de nuvens eletrizadas. Pode-se afirmar que já possuímos tecnologias para nos proteger e protegermos nossos bens de suas incidências. Quando falamos de construções, a tecnologia mais efetiva para protegê-las desses eventos é chamada de SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, ou simplesmente para-raios.

Como funciona?

O SPDA é relativamente simples. Sendo os raios eventos aleatórios e incontroláveis,  ele funciona captando e conduzindo a descarga para o solo, onde é dispersada. É importante dizer que o sistema, assim como qualquer outra tecnologia, não possui 100% de eficiência. Uma instalação apropriada e revisões periódicas são fundamentais para garantir a maior proteção possível. Em condomínios, essa manutenção é responsabilidade do síndico, assim como possíveis acidentes que venham acontecer caso o sistema esteja em mau funcionamento.

No Brasil, sua instalação é regulamentada pela NBR 5419.  atualizada recentemente, em 2015, ficando ainda mais eficiente, tendo a norma internacional IEC 62305 como referência. Com a atualização da norma, muita coisa mudou em relação à instalação e dimensionamento de um SPDA. Sendo assim, uma revisão no sistema atual ou avaliação de necessidade de instalação é imprescindível para deixar sua construção segura e dentro da legalidade.

Quais são os métodos que podem ser utilizados?

Sobre o SPDA em si, existem dois métodos mais comuns de dimensionamento do sistema. O Franklin, que possui somente uma haste captadora, e a Gaiola de Faraday, que possui uma malha composta por diversos captadores. Além desses, existe um terceiro método de Esfera Rolante, ou Eletromagnético, sendo esse uma variação do método Franklin.  

Na prática, os métodos Franklin e Faraday acabam sendo usados em conjunto, principalmente em prédios altos. Nesses casos, o captor Franklin se localiza no topo da construção, protegendo antenas e demais estruturas. Já os captores da Gaiola de Faraday protegem o resto do prédio.

Vale ressaltar que embora, na prática, existam três métodos de dimensionamento de um SPDA, todos possuem elementos em comum:

  • Sistema de captação, formado normalmente por mastros metálicos, cuja função é receber as descargas incidentes e as distribuir pelo sistema de descida;
  • Sistema de descida, podendo ser composto por fitas, as quais tem um acabamento mais minimalista, ou cabos, uma alternativa mais econômica, porém não menos eficiente. A função do sistema é conduzir a carga captada para o solo;
  • Sistema de aterramento, composto por uma malha, é o responsável por dissipar a carga captada no solo. É importante que fique em locais com pouca circulação de pessoas, longe de produtos químicos e em terreno não pedregoso.

Entendendo um pouco mais sobre o funcionamento e a importância de um SPDA, é possível avaliar melhor a necessidade ou não da revisão ou instalação do mesmo em nossas residências ou locais de trabalho. A Meta Consultoria é a primeira empresa júnior do Rio de Janeiro a realizar projetos desse tipo. Ficou interessado? Não deixe de entrar em contato!